Objetos da quarentena

Pesquisa inspirada no projeto Atlas of Everyday Objects In the age of global social Isolation, do The Observational Practices Lab Parsons New York, da Parsons School of Design, de Nova York.

Objetivo:
Coletar, por meio de convites de postagens nas redes sociais, imagens de objetos que representem o momento da quarentena da Covid 19, para diversas pessoas. A partir do repertório da coleta, objetiva-se estudar a ressignificação dos objetos do cotidiano.

As fotos são disponibilizadas também no Instagram do Lembrar – @objetos_da_quarentena.

Equipe:

Mirella Migliari (coordenação)
Isabella Perrotta
Lucia Santa Cruz

Objetos da quarentena

Para o teórico cultural Baudrillard, os objetos adquirem, simbolicamente, vida própria, transcendendo aquilo que os designers modernos – advindos das “escolas” racionalistas de arquitetura como as de Lous Sullivan e Peter Behrens, mas principalmente da Escola da Forma de Ulm – defendiam: a funcionalidade. Os objetos são mediadores de relações humanas. Assim, para ele, o próprio significado do adjetivo “funcional” pode ser visto de forma mais abrangente, não se restringindo à praticidade dos objetos em relação a tarefas, mas também à sua capacidade de interagir e de significar.

Em termos de mediação de relações, para o engenheiro e psicólogo Donald Norman é exatamente a categoria “interação social”, que garante o sucesso de um produto. Assim, muito mais que um instrumento de comunicação, o celular já era avaliado por ele, em 2004, como uma ferramenta emocional e um facilitador social. “É claro que a utilidade e usabilidade são importantes, mas sem diversão e prazer, alegria e entusiasmo, e até ansiedade e raiva, medo e fúria, nossas vidas seriam incompletas” (Norman, 2008, p.28).

Em período de quarentena e isolamento social, o que está prevalecendo na relação das pessoas com os objetos? Praticidade e funcionalidade? Emoção, memória e nostalgia? Interação Social?

Esta pesquisa usa como referencial teórico os seguintes autores:

BAUDRILLARD, Jean. O sistema dos objetos. São Paulo: Perspectiva, 1989.
CERTEAU, Michel. A invenção do cotidiano. Petrópolis: Vozes, 2014.
FORTY, Adrian. Objetos do desejo. São Paulo: Cosacnaif. 2007.
HELLER, Agnes. O cotidiano e a história. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985
MILLER, Daniel. The comfort of things. Cambridge: Polity Press, 2008.
MILLER, Daniel. Trecos, troços, coisas. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.
(https://cadernoselivros.files.wordpress.com/2018/03/daniel-miller-trecos-trocos-coisas.pd)
NORMAN, Donald. Design Emocional. Rio de Janeiro: Rocco. 2008
NORMAN, Donald. O Design do dia-a-dia. Rio de Janeiro: Rocco. 2006