Patrimônio é o caminho das formigas… e nos permite pensar em museus vivos

O patrimônio possui uma perspectiva sincrônica que o torna uma construção coletiva e compartilhada, e por este motivo mesmo relacional, na visão do poeta, museólogo, professor, cientista social Mário Chagas, diretor do Museu da República, que esteve presente na reunião de agosto de 2022 do Lembrar.

A pauta da reunião era discutir dois textos de Chagas – “Museus e patrimônios: por uma poética e uma política decolonial” e “Patrimônio é o caminho das formigas”. Durante quase duas horas, os participantes discutiram a dimensão política do patrimônio, como o termo implica em disputas simbólicas e de poder, e destacaram também a importância de olhar o microcontexto. Nesse sentido, o caminho das formigas indica tanto este foco no pequeno, no que nem sempre recebe atenção e consagração oficial, quanto a ideia de percurso, de trajetória. E com esta perspectiva, também a constituição, o papel e até a própria vida dos museus pode ser repensada.

Chagas defendeu a relevância da recuperação da radicalidade criativa, que ele acredita ser um dos desafios do pensamento contemporâneo no campo dos museus e do patrimônio. “Mais do que resistência, é a re-existência”, isto é, não se limitar na atitude defensiva e sim propor uma reinvenção que seja decolonial.

Os artigos discutidos na reunião do Lembrar estão disponíveis no site de Mário Chagas.

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