A representação da educação no fomento à criatividade e inovação

Mônica Assis Marques Barbosa (ESPM)

Resumo: É inegável a contribuição das universidades como polos criativos, como por exemplo os casos analisados e que comprovam a relação entre o Vale do Silício e a Universidade de Stanford. Nessa universidade os alunos são preparados para empreender, o aprendizado tem como foco resolver problemas, os quais, na maioria das vezes, se transformam em empresas disruptivas, que também foram objetos desse estudo, como a HP e a Google. Como dito por Florida (2000), não seria possível pensar no Vale do Silício sem a Universidade de Stanford. Contudo, com base na pesquisa bibliográfica, nada ficou evidenciado que a Tesla nasceu no campus da Universidade de Stanford.
Conclui-se que, o conhecimento é a principal matéria prima para a nova economia, e que para o pleno desenvolvimento do potencial criativo é necessário levar em consideração a educação. Desse modo, a criatividade destacou-se como estratégia de inovação para impulsionar a economia. Nesse contexto, a articulação da economia criativa como insumo principal o capital intelectual, está ganhando peso específico e a atenção de muitos outros países como o Brasil. A criatividade promove a possibilidade de dinamizar a produtividade, e apresenta-se como ferramenta de inclusão social, educação e cultura. Tudo indica que a criatividade é o maior tesouro econômico existente.
Segundo Etzkowitz (2000), o segredo da sustentabilidade do Vale do Silício é a Hélice Tríplice. Essa afirmativa ficou evidenciada nos dados levantados com base na bibliografia, onde apontam a participação do governo e universidades nas empresas pesquisadas (HP e Google. Na Tesla é notória a participação do governo). O público e o privado em sinergia.
A Hélice Tríplice é um modelo universal de inovação. É o segredo por trás do desenvolvimento do Vale do Silício por meio da inovação sustentável e do empreendedorismo. Porém, embora seja impossível copiar a cultura desse local, é possível replicar o modelo, com base no método estruturado da Hélice Tríplice, que se tornou um modelo reconhecido internacionalmente, centro da inovação como um guia de políticas e práticas nos âmbitos local, regional, nacional e multinacional. E sua metodologia prevê examinar pontos fortes e fracos locais e preencher lacunas nas relações entre universidades, indústrias e governo.
O estudo abordado teve como base uma universidade americana, mas a recomendação é dar continuidade a pesquisa, fazendo um comparativo com a realidade brasileira. Porém pode-se adiantar que no Brasil com os cortes no orçamento, o futuro da ciência brasileira fica ameaçado.
Segundo relato de Soraya S. Smaili (professora e reitora da Universidade Federal de São Paulo) em seu artigo para o Carta Capital, o início de 2018, foi um momento que já apresentou enormes desafios em relação ao futuro das pesquisas e da ciência em nosso país. O orçamento deste ano, traz muitas preocupações decorrentes dos cortes orçamentários na área de ciência, tecnologia, inovação e desenvolvimento. Vale ressaltar que no atual cenário, 2020 frente a pandemia a importância do investimento em ciência e tecnologia ficou mais evidente.